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Como ler uma notícia sem ser bobo? 10 dicas!

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por André Luís Michels de Alcântara

Às vezes eu caio numa mentira. Quem não cai? Mas, existem pessoas que caem mais do que outras. Confiar nos outros é muito fácil e também é perigoso. Numa destas, você fica com cara de bobo e todos vão ficar rindo de você. Além do mais, isso mancha sua reputação (quando você começa a errar muito) e você começa a comprovar (pela frequência dos erros) que não é um cara muito esperto.

Hoje em dia, com tantos sites fajutos por aí, fica cada vez mais fácil cair numa pegadinha ou ser enganado por algum pseudo-jornalista que está afim de ver o circo pegar fogo. Está cheio de sites por aí, com nomes pretensiosos e com atitude pedante:

Português – Adjetivo – pe.dan.te
* Diz-se daquele que supõe saber mais do que realmente sabe;
* Pessoa que tenta se destacar demostrando conhecimentos ou qualidades superiores aos que realmente dispõe;
* Pessoa que exibe conhecimentos os quais não possui;
* Força a “barra” para parecer culto ou inteligente.

Ou seja, são sites que copiam notícias (verdadeiras ou falsas) e fazem de tudo para parecer que a origem da notícia são eles próprios e ficam com os méritos do trabalho alheio. Eles não citam as fontes originais as quais recorreram, sem dar méritos aos verdadeiros autores e tentam impedir você de fazer a mesma coisa que eles próprios fizeram: Ativam JavaScripts para que você não possa lhes copiar o texto.

Tendo em vista que há muita dificuldade das pessoas para reconhecer tais sites, segue abaixo um pequeno guia com dez dicas de como evitar cair nesta roubada. Seguindo estas dicas, ficará mais difícil de ser enganado novamente:

1) Verifique o URL (Uniform Resource Locator) do site

Qualquer bostão pode criar um site, inclusive eu: biucsproject.org
E eu posso escrever a porcariada que eu quiser sem nenhuma responsabilidade com a verdade. Então, entenda que um nome bonito não é sinal de credibilidade:

Envelope Capital, Retrato Do Poder, Papel Politico, Papel Social, Politica Na Web, Pragmatismo Diplomático, Reacionários, Transparência Diplomática, Folha Da População

Dê preferência por sites que você pode encontrar CNPJ, Nome e Sobrenome. Quando a Globo publica alguma besteira, ela é responsabilizada. Quando um site pedante publica uma besteira, tudo acaba em pizza. Exemplos como a UOL, G1, Folha, Estadão, Terra, Super Interessante e até mesmo o R7 são boas fontes de informações. Pelo menos eles contam com jornalistas profissionais. Entenda que o que diferencia Profissional de Amador é ter um salário. Se você não recebe pelo trabalho que está produzindo, você é um Amador. O profissional tem um compromisso, porque quem está pagando vai cobrar dele um desempenho que justifique o salário que está sendo pago.

PS: Cuidado com o siteSeu History“. Eles trabalham na linha da ambiguidade, de forma que você pode interpretar coisas erradas do que ler por lá. Eles também tem apenas o compromisso de expor as informações, mas muito do que eles dizem não é comprovado, apesar dos entrevistados dizerem que é.

2) Verifique se o texto que você está lendo tem um Autor

O Anonimato é vedado pela constituição. É Lei:

Art. 5º – IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm

O autor passa credibilidade quando ele se responsabiliza pelo que ele escreveu. É como um engenheiro que assina uma obra ou um médico que assina um atestado. Se o autor não aparece, certeza de que ele não tem compromisso com o que está divulgando, pois não assina em baixo. Você se sente confortável conversando com alguém de máscara?

3) Verifique a data do texto

Veja se o que você está lendo é notícia do ano passado. Muita gente divulga notícia de site sério e que parece que aconteceu agora. Você não se informou na época ou esqueceu que viu e vai achar que está acontecendo agora (Eu, burro, caí nisso duas vezes!). Se quiser um grau de segurança maior, procure saber também se a notícia não é ‘reciclada’ e apesar de estar carregando uma data nova, ela pode ter sido reaproveitada por um jornalista que estava sem novidade pra contar. Todo ano no portal G1 tem um jornalista que posta um artista que faz esculturas de monstros com abóboras, no Halloween.

4) Verifique se o autor do texto te oferece evidências

Procure por nomes, endereços, entre outras informações que permitam que você mesmo possa correr atrás do que foi divulgado e consiga verificar se aquilo ocorreu mesmo, seja em outros sites que estejam falando do mesmo assunto ou por outros meios, contactando algum envolvido no caso, site de especialista no assunto, etc. Tome cuidado e desconfie. Sempre há casos de muitos sites falando sobre o mesmo assunto, mas onde todos eles estão errados. O depoimento ou relato de um blog particular costuma ter pouca validade para comprovar um assunto. As pistas boas sempre vem acompanhadas de responsáveis: Pesquisa publicada por um cientista e não contestada pela maioria dos outros colegas da mesma área. Pesquisas que você pode observar o resultado e reproduzi-las por você mesmo. Use sua criatividade de detetive! Vá até o fundo e não se contente com as primeiras evidências que você encontrar. Elas podem ser falsas. Até mesmo sites com boa reputação costumam falhar de vez em quando.

5) Verifique se o autor cita fontes

O que você está lendo é imaginação do autor? Mentira? Ou é verdade? Ele está mesmo falando sério? Uma boa fonte de informação pode ajudar você a tirar estas dúvidas. Quando o autor quer comprovar o que ele está dizendo, ajuda muito se ele oferecer um link para um site que já fez a pesquisa por ele e provavelmente foi onde ele leu o assunto e tirou a idéia para escrever seu próprio post. Se o descrito no texto aconteceu mesmo, referências tem que ser dadas sobre a origem da informação: E-mails para contato e links de empresas ou sites conhecidos e confiáveis. Por exemplo, se o autor do texto disser que descobriram uma máquina anti-gravidade, junto com esta afirmação é bom ele colocar o link do produto junto com o nome da empresa que descobriu a engenhoca: Nasa, Boston Dynamics. Muitos podem, inclusive, já estar a venda, então você já aproveita e compra a novidade!

6) Escreva, “entre aspas”, um pedaço do texto no Google

Esta prática garante que você vai encontrar outros sites com o mesmo conteúdo. (Você também pode arrastar uma imagem para o Google e ele vai procurar todas as similares!) Fazendo uso desta estratégia, provavelmente você achará o autor original que foi plagiado (se o Anônimo que você está lendo não tiver postado as referências). Isso te ajuda a identificar se o site que você está lendo é um plagiador que quer ficar com todos os créditos para si. E se você comprovar que é plágio e sem divulgação dos verdadeiros créditos: Pare de entrar neste site, pois quem fuma maconha, financia o tráfico de drogas.

7) Verifique se outros sites de notícia falam sobre o assunto e se todos convergem para o mesmo consenso

Mesmo que você encontre a notícia do autor original, verifique se mais Jornalistas estão comentando sobre o assunto também. Se ninguém mais falou sobre aquilo, desconfie! Ninguém tem exclusividade na Internet. Quando há poucas fontes e focos de informação, isso indica que as pessoas já sacaram que a informação é falsa e não estão perdendo tempo com ela. Não perca seu tempo também!

8) Verifique se o site proíbe/dificulta você de copiar o texto que está lá, usando JavaScript

Bloquear o botão do mouse e impedir você de marcar o texto é uma forma de dificultar você de pesquisar sobre o assunto, fazendo você desistir de copiar e colar parte do texto no Google. Isso evita que você descubra o verdadeiro autor da notícia que o site está roubando. Como ele não quer ser descoberto/verificado, vai dificultar sua vida. Isso só funciona com quem tem dificuldade de operar o computador. Usuários mais experientes simplesmente desabilitam o JavaScript nestes sites. Então, quem perde tempo montando estes scripts de bloqueio está também zombando da sua capacidade!

9) Leia os comentários no Facebook

Às vezes, antes de ter todo esse trabalho das dicas acima, veja se alguém já não desmentiu isso nos comentários. Ou você vai comentar por cima e novamente vai posar de bobo.

10) Cuidado com sites de Piada

Existem sites que não tem a pretensão de ser notícia de verdade:

G17, JornalVDD, Sensacionalista, Xonei

Estes sites são para diversão, mas muita gente não entende a piada e acaba achando que é verdade. Certifique-se de que você não está caindo numa pegadinha. Isso pode pegar muito mal pra sua inteligência.

É muito esculacho nessa vida…

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7:58

– Eu não fico triste com nada. Sempre tô “se” drogando. Sou ladrão. Eu roubo porque ninguém me dá nada. Se eu não robuar, ninguém vai me dar. Aí eu tenho que roubar mesmo. Se eu não roubar, vou ficar duro. Eu roubo pra viver.

– Faz o que com a grana?

– Ah, gasto. Fumo veneno (maconha com cocaína, dou uns tecos (cheiro cocaína).

– Me conta do seu dia. Me conta como é o seu dia?

– Meu dia, não. A noite. Porque de dia eu durmo, e à noite eu fico acordado. Eu durmo de dia e acordo de noite. Fico a noite toda acordado. De dia é muita polícia na favela.

– E de noite?

– De noite é arregado (subornado). Não entra nada. Se entrar, vai bala. Eles têm medo de tomar tiro. Aí não entra, não.

– Você faria o que com muito dinheiro?

– Ah, comprava uma moto, comprava uma casa. Trazia minha mãe pra morar aqui. Lá onde ela mora é muito ruim.

– E você faria o que com a moto?

– Ficava tirando onda. As “mulé” aqui só namora quem tem “motinha”, dinheiro. É muito dificil pegar um caidinho que nem eu. Só se for caidinha também. Mas se for bonita, quer tirar onda, aí tem que estourar a boa (roubar).

– E as outras crianças que não precisam roubar?

– As que não precisam roubar, é porque o pai tem condições de criar. Tem… Dá de tudo, “motinha”… Aí ele nem pensa em virar o que eu sou.

– Mas às vezes você chora?

– Não.

– Quando fica triste?

– Eu não fico triste com nada. Sempre tô “se” drogando. Não penso em nada. Só rir, só alegria. Enquanto tem dinheiro. Quando o dinheiro acaba, tem que roubar, tem que meter as “cara” na pista. O ritmo é chapa quente.

– Você tá preparado?

– Tô preparado não. O que “vim” eu tô fazendo. Ainda sou novinho. Tenho muito pra curtir.

– E se morrer?

– Se morrer, nasce outro que nem eu. Ou pior. Ou melhor. Se eu morrer, eu vou descansar. É muito esculacho nessa vida.

Enciclopédia Galática

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Esta é uma das grandes perguntas: Quantas civilizações avançadas capazes de ter rádio astronomia existem na galáxia Via Láctea?

Vamos dizer que o número de tais civilizações seja a letra maiúscula N. É um número. Ele depende de muitas coisas.

* Depende do número total de estrelas na Via Láctea, que chamaremos de N base Estrela; (N*)

* Ele depende da fração de estrelas que tem planetas, vamos chamar isso de f base p; (fp)

* Ele depende do número médio de planetas em um dado sistema solar que é ecologicamente adequado a vida, vamos chamá-lo de n base e; (ne)

* Ele depende da fração de planetas adequados nos quais a vida realmente surge, chamemos isso de f base l; (fl)

* Ele depende da fração de planetas habitados nos quais emerge a inteligência, vamos chamar isso de f base i; (fi)

* E depende da fração dos planetas nos quais os seres inteligentes desenvolvem uma civilização técnica comunicativa, chamamos de f base c; (fc)

* Por fim, ele depende da fração da vida de um planeta que é agraciada por uma civilização técnica, chamemos de f base L; (fL)

Se multiplicarmos todos estes números, teremos estimado o N maiúsculo. O número de civilizações.

Esta equação, devida principalmente a Frank Drake, ou Cornell, é apenas uma sentença. O verbo é igual. Então, vamos tentar efetuar o programa desta equação, contando cuidadosamente o número de estrelas, nas pequenas, porém representativas regiões do céu, descobrimos que o número total de estrelas na Via Láctea é de cerca de quatrocentos bilhões.

N* = 400bi

São muitas estrelas. Que tal planetas? Bom, em estudos de estrelas duplas e investigações dos movimentos de estrelas próximas e em muitos estudos teóricos, nós conseguimos uma forte dica de que muitas, talvez até a maioria das estrelas estejam acompanhadas por planetas. Então vamos admitir que f base p, a fração de estrelas que tem planetas seja um quarto.

fp = 1/4

Então o número total de sistemas planetários na galáxia é de quatrocentos bilhões vezes um quarto, ou cem bilhões. Vamos anotar os nossos subtotais em vermelho.

(N* x fp) = 100bi

Bom, se cada sistema tiver, digamos dez planetas como o nosso. Teremos cem bilhões vezes dez, ou um trilhão de mundos em nossa galáxia. Uma vasta arena para o drama cósmico. Em nosso Sistema Solar há vários corpos que podem ser adequados a vida. Vida de algum tipo. A Terra, é claro, mas há possibilidades em Marte, em Titã, talvez em Júpiter. Se outros sistemas são similares, pode haver muitos mundos adequados por sistema, mas para sermos conservadores, vamos escolher n base e igual a dois.

ne = 2

Dois mundos adequados a vida por sistema. Então o número de planetas na galáxia que são adequados a vida seria de cem bilhões vezes dois, ou duzentos bilhões.

(N* x fp x ne) = 200bi

Bom, é a vida? Sob condições cósmicas muito gerais as moléculas da vida são feitas prontamente. Elas remontam-se espontaneamente. É concebível que pode haver algum impedimento como alguma dificuldade na origem do código genético, digamos, embora eu ache isso muito improvável dados os bilhões de anos para a evolução. Na Terra a vida surgiu muito rápido depois que o planeta foi formado. Então, vamos dizer que f base l, a fração de mundos adequados nos quais a vida surgiu seja metade.

fl = 1/2

Neste caso o número total de planetas na via láctea nos quais a vida surgiu é de cem bilhões vezes dois vezes a metade. Ou de novo, cem bilhões.

(N* x fp x ne x fl) = 100bi

Cem bilhões de mundos habitados! Agora a estimativa é difícil. Muitos eventos individualmente improváveis tiveram que ocorrer para a nossa espécie e a nossa tecnologia surgirem, por outro lado pode haver estradas diferentes para a alta tecnologia. Alguns cientistas acham que o caminho dos Trilobitas até os rádio telescópios ou equivalente é como um tiro em todos os sistemas planetários. Outros cientistas discordam. Vamos pegar uma média e botar f base i como dez e f base c também como dez, significando que só um por cento, dez vezes dez, dos planetas habitados eventualmente produzam uma civilização técnica.

fi = 1/10
fc = 1/10

Se nós multiplicarmos todos estes fatores, encontraremos cem bilhões vezes um décimo, vezes um décimo ou um bilhão de planetas nos quais surgiram civilizações pelo menos uma vez.

(N* x fp x ne x fl x fi x fc) = 1bi

Agora, que percentagem do tempo de vida de um planeta é marcada por uma civilização técnica? A Terra abrigou uma civilização capaz de usar a radio astronomia apenas por algumas décadas, as últimas décadas em um tempo de vida de alguns bilhões de anos. Não está fora de questão nós nos destruirmos amanhã. Se este é um caso típico então f base L maiúsculo seria algumas décadas divididas por alguns bilhões de anos, ou um sobre cem milionésimos.

fL = 1/100 milhões

Um número muito pequeno, então o N maiúsculo seria um bilhão vezes um sobre cem milionésimos, ou N seria talvez apenas dez. Dez civilizações.

(N* x fp x ne x fl x fi x fc x fL) = 10

Um minúsculo rudimento. Poucas desprezíveis civilizações tecnológicas na galáxia. Mas as civilizações então, podem levar bilhões de anos de evolução tortuosa para surgirem e então matarem-se em um instante de imperdoável negligência. Se este é um caso típico, talvez haja alguns poucos, talvez não haja ninguém mais para conversarmos.

Mas considerem a alternativa: Que ocasionalmente as civilizações aprendem a viver com a alta tecnologia e a sobreviver a escalas de tempo evolutiva, geológicas ou estelares. Se apenas um por cento das civilizações pode sobreviver a adolescência tecnológica, então f base L maiúsculo não seria um sobre cem milionésimos, mas apenas um centésimo.

fL = 1/100

E então o número de civilizações seria de um bilhão vezes um centésimo. O número de civilizações na galáxia seria então medido em milhões.

(N* x fp x ne x fl x fi x fc x fL) = Milhões

Milhões de civilizações técnicas.

Então, se as civilizações nem sempre se destroem logo após descobrirem a radio astronomia. O céu pode estar zumbindo suavemente com mensagens das estrelas, com sinais de civilizações enormemente mais velhas e inteligentes do que a nossa.

Se há milhões de civilizações técnicas na Via Láctea, cada uma capaz de usar a radio astronomia, a que distância está a mais próxima? Se elas estão distribuídas mais ou menos aleatoriamente pelo espaço, então a mais próxima estará a uns duzentos anos luz. Mas dentro de duzentos anos luz há centenas de milhares de estrelas. Achar uma agulha neste palheiro requer uma busca dedicada e sistemática.

Há muitas fontes cósmicas de rádio que nada tem a ver com vida inteligente. Então, como saber que estamos recebendo uma mensagem?

A civilização transmissora poderia facilitar bastante para nós se quisesse. Imaginem que estamos no curso de uma busca sistemática ou no meio de observações convencionais e suponham que um dia achemos um sinal forte surgindo lentamente, não só um chiado ao fundo mas uma série metódica de pulsos. Os números um, dois, três, cinco, sete, onze, treze, um sinal feito de números primos. Números divisíveis apenas por um e por eles mesmos.

Não há processo astrofísico natural que gere números primos. Nós teríamos que concluir que alguém que gosta de matemática elementar está dando um ‘oi’.

Isso não seria mais do que um sinal para atrair a nossa atenção. A mensagem principal seria mais sutil. Mais oculta. Mais rica. Talvez tenhamos que trabalhar duro para encontrá-la. Mas só um sinal já seria profundamente significativo. Ele significaria que alguém aprendeu a sobreviver a adolescência tecnológica, que a auto destruição não é inevitável, que nós também podemos ter um futuro.

Vincent Liopard. is a BIUCS Project.