Ignorance is a bless…

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Do we have a deal, Mr. Reagan?

– You know. I know this steak does not exist… I know that when I put it in my mouth, the Matrix is telling my brain that it is juicy and delicious. After nine years you know what I realize? Ohhh… Ignorance is  bliss.

Then we have a deal?

– I don’t want remember nothing. NOTHING! You understand? And I wanna be rich. Someone important. Like an actor.

Whatever you want, Mr. Reagan.



Nós temos um acordo, Sr. Reagan?

– Você entende. Eu sei que este bife não existe… Eu sei que quando eu coloco ele na minha boca, a Matrix diz ao meu cérebro que ele é suculento e delicioso. Depois de nove anos, sabe o que eu descobri? Ohhh… Ignorância é  Felicidade!

Então temos um acordo?

– Eu não quero me lembrar de nada. NADA! Entendeu? E eu quero ser rico. Alguém importante. Tipo um ator.

O que desejar, Sr. Reagan.


É muito esculacho nessa vida…

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7:58

– Eu não fico triste com nada. Sempre tô “se” drogando. Sou ladrão. Eu roubo porque ninguém me dá nada. Se eu não robuar, ninguém vai me dar. Aí eu tenho que roubar mesmo. Se eu não roubar, vou ficar duro. Eu roubo pra viver.

– Faz o que com a grana?

– Ah, gasto. Fumo veneno (maconha com cocaína, dou uns tecos (cheiro cocaína).

– Me conta do seu dia. Me conta como é o seu dia?

– Meu dia, não. A noite. Porque de dia eu durmo, e à noite eu fico acordado. Eu durmo de dia e acordo de noite. Fico a noite toda acordado. De dia é muita polícia na favela.

– E de noite?

– De noite é arregado (subornado). Não entra nada. Se entrar, vai bala. Eles têm medo de tomar tiro. Aí não entra, não.

– Você faria o que com muito dinheiro?

– Ah, comprava uma moto, comprava uma casa. Trazia minha mãe pra morar aqui. Lá onde ela mora é muito ruim.

– E você faria o que com a moto?

– Ficava tirando onda. As “mulé” aqui só namora quem tem “motinha”, dinheiro. É muito dificil pegar um caidinho que nem eu. Só se for caidinha também. Mas se for bonita, quer tirar onda, aí tem que estourar a boa (roubar).

– E as outras crianças que não precisam roubar?

– As que não precisam roubar, é porque o pai tem condições de criar. Tem… Dá de tudo, “motinha”… Aí ele nem pensa em virar o que eu sou.

– Mas às vezes você chora?

– Não.

– Quando fica triste?

– Eu não fico triste com nada. Sempre tô “se” drogando. Não penso em nada. Só rir, só alegria. Enquanto tem dinheiro. Quando o dinheiro acaba, tem que roubar, tem que meter as “cara” na pista. O ritmo é chapa quente.

– Você tá preparado?

– Tô preparado não. O que “vim” eu tô fazendo. Ainda sou novinho. Tenho muito pra curtir.

– E se morrer?

– Se morrer, nasce outro que nem eu. Ou pior. Ou melhor. Se eu morrer, eu vou descansar. É muito esculacho nessa vida.


Enciclopédia Galática

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Esta é uma das grandes perguntas: Quantas civilizações avançadas capazes de ter rádio astronomia existem na galáxia Via Láctea?

Vamos dizer que o número de tais civilizações seja a letra maiúscula N. É um número. Ele depende de muitas coisas.

* Depende do número total de estrelas na Via Láctea, que chamaremos de N base Estrela; (N*)

* Ele depende da fração de estrelas que tem planetas, vamos chamar isso de f base p; (fp)

* Ele depende do número médio de planetas em um dado sistema solar que é ecologicamente adequado a vida, vamos chamá-lo de n base e; (ne)

* Ele depende da fração de planetas adequados nos quais a vida realmente surge, chamemos isso de f base l; (fl)

* Ele depende da fração de planetas habitados nos quais emerge a inteligência, vamos chamar isso de f base i; (fi)

* E depende da fração dos planetas nos quais os seres inteligentes desenvolvem uma civilização técnica comunicativa, chamamos de f base c; (fc)

* Por fim, ele depende da fração da vida de um planeta que é agraciada por uma civilização técnica, chamemos de f base L; (fL)

Se multiplicarmos todos estes números, teremos estimado o N maiúsculo. O número de civilizações.

Esta equação, devida principalmente a Frank Drake, ou Cornell, é apenas uma sentença. O verbo é igual. Então, vamos tentar efetuar o programa desta equação, contando cuidadosamente o número de estrelas, nas pequenas, porém representativas regiões do céu, descobrimos que o número total de estrelas na Via Láctea é de cerca de quatrocentos bilhões.

N* = 400bi

São muitas estrelas. Que tal planetas? Bom, em estudos de estrelas duplas e investigações dos movimentos de estrelas próximas e em muitos estudos teóricos, nós conseguimos uma forte dica de que muitas, talvez até a maioria das estrelas estejam acompanhadas por planetas. Então vamos admitir que f base p, a fração de estrelas que tem planetas seja um quarto.

fp = 1/4

Então o número total de sistemas planetários na galáxia é de quatrocentos bilhões vezes um quarto, ou cem bilhões. Vamos anotar os nossos subtotais em vermelho.

(N* x fp) = 100bi

Bom, se cada sistema tiver, digamos dez planetas como o nosso. Teremos cem bilhões vezes dez, ou um trilhão de mundos em nossa galáxia. Uma vasta arena para o drama cósmico. Em nosso Sistema Solar há vários corpos que podem ser adequados a vida. Vida de algum tipo. A Terra, é claro, mas há possibilidades em Marte, em Titã, talvez em Júpiter. Se outros sistemas são similares, pode haver muitos mundos adequados por sistema, mas para sermos conservadores, vamos escolher n base e igual a dois.

ne = 2

Dois mundos adequados a vida por sistema. Então o número de planetas na galáxia que são adequados a vida seria de cem bilhões vezes dois, ou duzentos bilhões.

(N* x fp x ne) = 200bi

Bom, é a vida? Sob condições cósmicas muito gerais as moléculas da vida são feitas prontamente. Elas remontam-se espontaneamente. É concebível que pode haver algum impedimento como alguma dificuldade na origem do código genético, digamos, embora eu ache isso muito improvável dados os bilhões de anos para a evolução. Na Terra a vida surgiu muito rápido depois que o planeta foi formado. Então, vamos dizer que f base l, a fração de mundos adequados nos quais a vida surgiu seja metade.

fl = 1/2

Neste caso o número total de planetas na via láctea nos quais a vida surgiu é de cem bilhões vezes dois vezes a metade. Ou de novo, cem bilhões.

(N* x fp x ne x fl) = 100bi

Cem bilhões de mundos habitados! Agora a estimativa é difícil. Muitos eventos individualmente improváveis tiveram que ocorrer para a nossa espécie e a nossa tecnologia surgirem, por outro lado pode haver estradas diferentes para a alta tecnologia. Alguns cientistas acham que o caminho dos Trilobitas até os rádio telescópios ou equivalente é como um tiro em todos os sistemas planetários. Outros cientistas discordam. Vamos pegar uma média e botar f base i como dez e f base c também como dez, significando que só um por cento, dez vezes dez, dos planetas habitados eventualmente produzam uma civilização técnica.

fi = 1/10
fc = 1/10

Se nós multiplicarmos todos estes fatores, encontraremos cem bilhões vezes um décimo, vezes um décimo ou um bilhão de planetas nos quais surgiram civilizações pelo menos uma vez.

(N* x fp x ne x fl x fi x fc) = 1bi

Agora, que percentagem do tempo de vida de um planeta é marcada por uma civilização técnica? A Terra abrigou uma civilização capaz de usar a radio astronomia apenas por algumas décadas, as últimas décadas em um tempo de vida de alguns bilhões de anos. Não está fora de questão nós nos destruirmos amanhã. Se este é um caso típico então f base L maiúsculo seria algumas décadas divididas por alguns bilhões de anos, ou um sobre cem milionésimos.

fL = 1/100 milhões

Um número muito pequeno, então o N maiúsculo seria um bilhão vezes um sobre cem milionésimos, ou N seria talvez apenas dez. Dez civilizações.

(N* x fp x ne x fl x fi x fc x fL) = 10

Um minúsculo rudimento. Poucas desprezíveis civilizações tecnológicas na galáxia. Mas as civilizações então, podem levar bilhões de anos de evolução tortuosa para surgirem e então matarem-se em um instante de imperdoável negligência. Se este é um caso típico, talvez haja alguns poucos, talvez não haja ninguém mais para conversarmos.

Mas considerem a alternativa: Que ocasionalmente as civilizações aprendem a viver com a alta tecnologia e a sobreviver a escalas de tempo evolutiva, geológicas ou estelares. Se apenas um por cento das civilizações pode sobreviver a adolescência tecnológica, então f base L maiúsculo não seria um sobre cem milionésimos, mas apenas um centésimo.

fL = 1/100

E então o número de civilizações seria de um bilhão vezes um centésimo. O número de civilizações na galáxia seria então medido em milhões.

(N* x fp x ne x fl x fi x fc x fL) = Milhões

Milhões de civilizações técnicas.

Então, se as civilizações nem sempre se destroem logo após descobrirem a radio astronomia. O céu pode estar zumbindo suavemente com mensagens das estrelas, com sinais de civilizações enormemente mais velhas e inteligentes do que a nossa.

Se há milhões de civilizações técnicas na Via Láctea, cada uma capaz de usar a radio astronomia, a que distância está a mais próxima? Se elas estão distribuídas mais ou menos aleatoriamente pelo espaço, então a mais próxima estará a uns duzentos anos luz. Mas dentro de duzentos anos luz há centenas de milhares de estrelas. Achar uma agulha neste palheiro requer uma busca dedicada e sistemática.

Há muitas fontes cósmicas de rádio que nada tem a ver com vida inteligente. Então, como saber que estamos recebendo uma mensagem?

A civilização transmissora poderia facilitar bastante para nós se quisesse. Imaginem que estamos no curso de uma busca sistemática ou no meio de observações convencionais e suponham que um dia achemos um sinal forte surgindo lentamente, não só um chiado ao fundo mas uma série metódica de pulsos. Os números um, dois, três, cinco, sete, onze, treze, um sinal feito de números primos. Números divisíveis apenas por um e por eles mesmos.

Não há processo astrofísico natural que gere números primos. Nós teríamos que concluir que alguém que gosta de matemática elementar está dando um ‘oi’.

Isso não seria mais do que um sinal para atrair a nossa atenção. A mensagem principal seria mais sutil. Mais oculta. Mais rica. Talvez tenhamos que trabalhar duro para encontrá-la. Mas só um sinal já seria profundamente significativo. Ele significaria que alguém aprendeu a sobreviver a adolescência tecnológica, que a auto destruição não é inevitável, que nós também podemos ter um futuro.

Vincent Liopard. is a BIUCS Project.