A bússola está quebrada
Sempre há uma grande manipulação do conhecimento entre as pessoas e o resultado disso é uma sociedade desajustada e sem rumo certo. Há uma onda coletiva de loucura e desabilitação mental da população, acompanhado de um materialismo exagerado que tenta substituir o vazio existencial daqueles nossos porquês que sempre ficam sem respostas.
Muitos dos problemas começaram a existir quando, por meio da ciência, o homem começou a analisar a natureza de forma isolada, passando a picotar um enorme sistema em pedacinhos, deixando de observar a harmonia do todo, fracionando-o em várias partes. Pseudo-cientistas começaram a tratar a natureza como se o homem não fizesse parte dela, ou pouca importância tivesse no seu desenvolvimento. Em 1854 um indígena norte-americano escreveu uma carta que ilustrava bem essa situação.
O vazio existencial começa a partir da rejeição e do isolamento, quando perdemos a nossa identidade social, não fazendo parte de nenhuma comunidade. A partir daí, inicia-se uma tentativa pessoal frenética de romper os laços do preconceito e da rejeição, após o isolamento começamos a procurar respostas e porquês. Tentamos aprender o máximo para realizar uma possível fuga da prisão do isolamento. Neste desenrolar, acabamos por desenvolver um grande e eclético conhecimento do mundo em que vivemos. Porém, entrar em contato com a realidade, revela toda a manipulação do conhecimento entre as pessoas: Percebemos as desilusões e começamos a nos decepcionar, pois descobrimos que praticamente tudo caminha de forma desordenada, muito diferente do mundo perfeito e linear que imaginamos como ideal, postulado pelas pessoas a nossa volta.
A lógica precisa ser necessariamente óbvia? A vida segue um rumo onde não temos todos os fatos para entendê-la, esse é o princípio de toda a confusão e conflitos. Na “Carta ao Grande Chefe branco” temos um exemplo de interação com a natureza de forma saudável, mas longe dos nossos padrões de consumo e exigências materiais.
Os valores de solidariedade, amor e justiça foram inibidos e o capital trouxe a doença da competição, onde uns querem ser melhores que os outros, se exibindo e impondo suas vontades pela força ou pela maioria, não importando a justiça dos atos.
Como resgatar algumas das culturas que já esquecemos? Como evitar “A Fábula da Cidade“? Os corruptos e ignorantes não se importam com nenhum argumento. Continuam poluindo e tornando nossa vida perigosa e cheia de sofrimentos. A aquisição da consciência não basta para vencer os obstáculos do preconceito, da arrogância e do orgulho. Como atingir a justiça universal para os infratores e inocentes?
Vincent é a maneira fictícia para retificar o abuso da força através da força. Sendo dotado da maior autoridade militar soviética e do mais perfeito genótipo do planeta, Liopard. reuni todas as características necessárias para fazer a justiça pacífica ou para cortar o nó górdio.
A justiça precisa ganhar asas
“A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um. Duas coisas a determinam: a lei humana e a lei natural. Tendo os homens feito leis apropriadas aos seus costumes e ao seu caráter, essas leis estabeleceram direitos que puderam variar com o progresso dos conhecimentos. Vede se vossas leis de hoje, sem serem perfeitas, consagram os mesmos direitos da Idade Média. Esses direitos antiquados, que vos parecem monstruosos, pareciam justos e naturais naquela época. O direito estabelecido pelos homens, portanto, não está sempre conforme a justiça. Aliás, ele não regula senão certas relações sociais, enquanto que, na vida particular, há uma imensidade de atos que são unicamente da alçada do tribunal da consciência.
A necessidade, para o homem, de viver em sociedade, ocasiona-lhe obrigações particulares, e a primeira de todas é a de respeitar o direito dos seus semelhantes. Aquele que respeitar esses direitos será sempre justo. No vosso mundo, onde tantos homens não praticam a lei de justiça, cada um usa de represálias e é isso que faz a perturbação e a confusão de vossa sociedade. A vida social confere direitos e impõem deveres recíprocos.”
(Psicografado – O Livro dos Espíritos, Allan Kardec)
Título do original: LE LIVRE DES ESPRITS
Edição U.S.K.B. (1954)