Suponhamos um matemático e um psicólogo, cada qual trabalhando, de modo independente, em projetos para desenvolver um programa para jogar pôquer. Provavelmente, o matemático projetará um programa baseado nos fundamentos da probabilidade e estatística. O resultado seria um programa que jogaria de forma extravagante, blefando aleatoriamente, não demonstrando emoções, maximizando, por conseguinte, suas probabilidades de vencer. Por outro lado, o psicólogo poderá desenvolver um programa baseado nas teorias do pensamento e do comportamento humano. O projeto poderia resultar até mesmo na produção de vários programas diferentes: um deles poderia jogar agressivamente, enquanto outro poderia ser facilmente intimidado. Ao contrário do programa do matemático, o programa do psicólogo poderia ficar “emocionalmente envolvido” no jogo e, assim, perder tudo o que havia ganho.
Hipoteticamente falando, a preocupação principal do matemático, ao desenvolver o programa, seria relativa ao desempenho final do mesmo. Tal técnica é ditaorientada ao desempenho. Ao Contrário, o psicólogo estaria mais interessado em atender os processos da inteligência natural, e assim tratar o projeto como uma oportunidade para testar teorias, construindo modelos computacionais nelas baseados. Deste ponto de vista, o desenvolvimento do “programa inteligente” é, na verdade, um efeito colateral de um outro objetivo a ser perseguido – o progresso no conhecimento do pensamento e do comportamento humano. Esta técnica é dita orientada à situação.