Termo da psicologia social, que se refere ao conflito entre duas ideias, crenças ou opiniões incompatíveis. Trata-se da ‘percepção da incompatibilidade entre duas cognições diferentes’, onde “cognição” é definido como um qualquer elemento do conhecimento, incluindo as atitudes, emoção, crenças ou comportamentos.
Se um indivíduo já possui uma crença (ou dogma, ou conhecimento, etc.) prévia sobre determinado assunto e lhe é apresentada uma argumentação que vá contra essa tese prévia ou que demonstre alguma falta de lógica, ocorre a dissonância cognitiva. A percepção dessa dissonância pelo sujeito, mesmo se não for consciente, pode levar a ansiedade, culpa, vergonha, fúria, embaraço, stress e outros estados emocionais negativos. A teoria afirma que dissonâncias muitas vezes servem como estímulos para que a mente obtenha ou produza novos pensamentos ou crenças, ou modifique crenças pré-existentes, justamente como uma forma a reduzir a quantidade de dissonância (conflito). A dissonância, porém, em muitos casos acaba por resultar em uma tendência de negação de evidências dentre outros mecanismos de defesa do ego.
Quanto mais enraizada nos comportamentos do indivíduo uma crença estiver, geralmente mais forte será a reação de negação. Em casos patológicos, essa defesa do ego é capaz mesmo de contrariar níveis básicos de lógica, negar evidências, criar falsas memórias, distorcer percepções, ignorar afirmações científicas e até mesmo desencadear uma perda de contato com a realidade.
Quando se trata de crenças enraizadas (futebol, política, religião) as vezes a pessoa não vê a lógica não por ser cabeça dura, mas isso pode ocorrer inconsciente mesmo, em uma espécie de patologia derivada de um mecanismo de defesa do próprio ego contra a sensação ruim causada pela dissonância.